segunda-feira, 18 de abril de 2011

Há muito tempo não tenho coragem de escrever. Talvez seja uma forma de não enfrentar o que acontece comigo. Ou, talvez, seja só preguiça. Preguiça de pensar. Não importa. Só sei que atingi o meu limite e eu preciso achar uma forma de resolver tudo. Não tudo, mas pelo menos uma parte. Uma coisa pequena que incomoda tanto.
Fico com raiva de ser tão covarde. Talvez se eu tentasse mais, se eu arriscasse mais. Poderia ser diferente. Eu iria quebrar a cara, mas saberia, enfim, qual é a verdade. Qual o sentido de achar que Jane Austen tem razão e todo aquele romance pode acontecer, se no final as caraminholas começam a surgir na cabeça? Pode ser invenção da minha mente. Ela é tão fértil às vezes.
Eu só queria saber... Saber se aquilo tudo foram só atitudes randômicas ou significaram algo. Tentar é tão complicado. "Você precisa tentar pra saber", me falam. Só que eu evito ao máximo sofrer e me machucar novamente. Sou nova, mas isso não quer dizer nada. Já passei por situações inimagináveis. Ninguém precisa saber. Por isso vou procrastinando a dor. Não que isso melhore nada, porque eu vou gostando cada vez mais. E a queda passa a ser cada vez maior.
Quanto mais eu quero esquecer, mais parece que você está grudado com super bonder na minha cabeça.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Voodoo Girl

Her skin is white cloth,
and she's all sewn apart
and she has many colored pins
sticking out of her heart.

She has many different zombies
who are deeply in her trance.
She even has a zombie
who was originally from France.

But she knows she has a curse on her,
a curse she cannot win.
For if someone gets
too close to her,

the pins stick farther in.


Tim Burton

domingo, 26 de dezembro de 2010

É tudo tão diferente aqui onde me encontro. As luzes são hipnotizantes. É lindo quando elas se cruzam. Lembro-me das aulas de Óptica Geométrica. Péssimo. Odiava física no colégio. Ah! Adoro essa música! A vibração que dá no chão é realmente intensa. Acabo de descobrir uma nova forma de sentir música. Os pés dançando freneticamente. Quantos All Stars! Nunca perceberia se não visse dessa perspectiva. Os passos são perfeitamente sincronizados com a batida da música. Engraçado, daqui todos dançam igual. Menos aquela garota pulando. Ainda não sei como vim parar no chão. Ou foi a garrafa de vodka ou os três shots de Cherry Bomb. No final a culpa é sempre da azeitona. A pancada me deixou mais tonta do que todo o álcool que bebi. Agora estou com preguiça de levantar. Todos os meus amigos já vieram me ajudar, mas eu não sei bem se quero. Pelo menos, os outros são cuidadosos e não pisam em mim. Quer dizer, menos a louca pulando. Ela tropeçou em mim duas vezes. Ninguém vê o corpo estendido no chão. Nunca havia reparado como as minhas mãos são bonitas. Deve ser a luz ou o esmalte azul que passei ontem. Elas são o que eu mais gosto em mim agora. Queria ter um cigarro entre os dedos nesse momento. Seria um belo adorno. Mas os malditos só caem apagados no chão. Essa música não deveria tocar agora. Faz-me lembrar dele, da nossa única noite incompleta juntos. Eu ia ser dele naquela festa, mas minha amiga precisava passar mal, claro! Ele estava ali, me olhando. Para de contemplar e faz algo! Talvez ele nem imagina o tamanho do meu desejo. Bem, sempre tem um outro qualquer que sabe. Odeio ser mulher por isso. Sentimentos sempre atrapalhando o curso natural da vida. Não importa com quantos eu fique na festa, no final acabo só pensando nele. E sempre volto sozinha para casa com o meu amigo Zé, o Cuervo. O único homem que me ama de verdade nessa maldita cidade. Opa! A louca saltitante deixou a coca dela cair. Pena estar tão longe de mim. Poderia ter uma nova visão dessa festa.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Monotonia, rotina, mesma nota, mesmo compasso. Irrita. Gosto de planos mudando na última hora, encontrar pessoas sem marcar. Uma delícia. Mas não, não é assim. Complica, lento, para. Credo! Vai, anda, mexe, dança... Curto uma dodecafonia.
Não. Não pode. Tem que ser assim, direitinho. Um, dois, três. Um, dois, três. Viver pra quê? É complicado. Dá uma preguiça. É melhor continuar assim, que nem gente grande. Chato. Marasmo. Nada.
Três, um, dois. Epa! Desculpa, senhor, não queria atrapalhar a cadência perfeita. Só queria mudar um pouquinho. Vou ficar quieta no meu canto. Quando essa vontade passar, eu volto.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Uma onda que transformou a minha vida

Ando cansada de tudo o que acontece comigo. Sempre os mesmos problemas, as mesmas pessoas, as mesmas brigas. Necessito de mudanças. Boas, é claro. Não preciso de mais gente morrendo, perdendo tudo, descobrindo podres de amados. Quero sorrir com vontade novamente.
É terrível estar sem rumo. Vivo a minha rotina levando, todos os dias, socos no estômago. Não consigo mais chorar. Mantenho tudo preso. Não duvido nada que me encontrem louca pela rua. Já ando falando sozinha por aí, conversando com objetos inanimados, gritando com ônibus e dentro deles. Bem ridícula.
Sinto falta do que nunca tive, das viagens que nunca fiz, dos amores que nunca conquistei. Não peço por muito, mas felicidade é algo deveras difícil de encontrar. Imagino se fosse algo de comer. Chegaria no restaurante, pediria por uma felicidade com fritas no capricho e ouviria do garçom: "está em falta". "Ok, então me vê uma dose de loucura e um pastel de vento!".
Andava tudo tão bem. Sem brigas, sem dívidas, sem mau humor. Mas as coisas começaram a desandar de uma forma realmente cinematográfica. Mudei. Não sei se amadureci, mas não sou mais aquela que acreditava nas pessoas. Virei uma espécie de rocha cheia de neuras e sentimentos contraditórios.
De certa forma gostaria que tudo estivesse tranqüilo. Afinal, ninguém gosta de problemas atrapalhando a vida. Porém, com toda essa zona, pude voltar a sentir. Em outras intensidades e de modos novos. Não que eu tenha parado de ser confusa, mas atingi o próximo nível. A confusão organizada. Não sei como explicar, mas é isso.
Clamei tanto pelo novo que recebi. Melhor que a encomenda, viu. Sou aquela rocha sendo bombardeada por problemas. Penso se isso me tornará uma mulher do Almodóvar. Louca e guerreira. Ou uma personagem do Woody Allen, totalmente neurótica e problemática. Acho que a junção dos dois seria perfeita. No final serei só mais uma no meio de tantos.
Nada do que uma maré de problemas para me fazer mudar. Ainda não descobri se foi bom ou ruim. Mas acho que o tempo serve pra isso. Preciso esperar. E como eu odeio esperar!

domingo, 31 de outubro de 2010

Colour my life with the chaos of trouble.








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Eu deveria parar de pensar. Pensar dói, pensar maltrata. Mas continuo. É mais forte do que eu. Um poder superior que me impede de não pensar. Seria tão bom, às vezes, não pensar. Tão agradável, tão fácil e... descomplicado.
Sempre que eu começo a pensar muito me machuco. Odeio quando fico assim. Sinto-me frágil, o que não é bom. Mas o que fazer? Dormir até que os pensamentos dissolvam? Não é uma má idéia.

pára cabeça!