terça-feira, 13 de julho de 2010

Os dois eram muito novos quando se conheceram. Imaturos, com certeza. Cresceram juntos aprendendo coisas novas. Era uma relação complicada. Cheia de feridas e mágoas. Mas o amor que os dois sentiam transcendia qualquer obstáculo criado.
Ele era apenas um rapaz que, como qualquer outro, não sabia lidar com sentimentos. Ela, ainda adolescente, que acreditava ter achado o seu príncipe. Não era bem assim. Ele estava bem longe de ser perfeito como aqueles príncipes encantados dos filmes. Ele era normal, cheio de defeitos e qualidades. E a amava incondicionalmente. Era isso que importava.
Eles eram reféns do tempo. Ela tinha medo de o perder para sempre. Ele temia não encontrar outro amor como aquele. Mas mesmo que as coisas mudassem, eles ainda seriam um do outro. Soava clichê e ninguém entendia muito bem aquilo, mas o que importava? Eles tinham um ao outro.

Ele se casou com outra mulher e teve belos filhos. Ela permanecia intacta com o passar do tempo, muito ocupada com a vida profissional para pensar em sentimentos. Eram infelizes. Tudo havia mudado. Aquele amor ainda existia, era o que fazia com que eles ainda tivessem vontade de viver.
Moravam na mesma cidade, em bairros vizinhos. Mas nunca se encontravam. Parecia que alguma coisa impedia que eles se vissem novamente. Talvez fosse melhor assim. Eles haviam aprendido a lidar com a dor.
Ainda sonhavam em viver a história interrompida.

Um comentário:

Julia Neiva disse...

Isso assusta.Ver que o tempo passou e nada foi feito. Mas nunca é tarde,e isso é o maior aprendizado de uma vida.

Muito bom.