domingo, 2 de maio de 2010

Fiquei um bom tempo pensando sobre o que escrever. A música trazendo lembranças de pessoas e situações foi uma ideia, mas era demais para o momento. Ia lembrar de coisas boa e ruins. Logo agora que consigo ouvir tudo o que gosto. Mudei de ideia. Pensei em falar da saudade que tenho sentido de algumas pessoas. Minhas amigas, mais especificamente. Tenho uma forte ligação com elas. Sofro por não tê-las do meu lado sempre. Todas elas, sem exceção. Mas eu ia chorar muito, não quero chorar.
Decidi. Vou escrever sobre nada. Afinal, nada acontece. Quer dizer, coisas acontecem, mas são coisas banais que estão sempre ocorrendo. Nada espetácular acontece. Nada que vá mudar a minha vida. Não nego que em algumas situações a culpa é minha por não agir. Mas só eu tenho que fazer tudo? Acho que não.
Um dia desses falaram que eu deveria ousar mais. Ele dizia sobre a minha escrita. Eu disse que não era ousada até mesmo em minha vida. Timidez, falta de coragem, medo. Tudo junto. Trauma. Ele falou que eu deveria ousar, seria melhor para mim. Abrir uma janela na minha casa de vigas fortes. Minha casa tem vigas fortes, eu gostei de saber disso. Ousei. Ele gostou. Foi na escrita, mas foi um começo. Será que conseguiria fazer o mesmo em minha vida? Só depois de muita terapia.
Queria falar tudo o que me perturba. Mas, afinal, o que me perturba? Não tem nada. São pensamentos que construo para ter sobre o que pensar, sofrer, rir, sonhar. Ou não. Existe algo que me tira o sono. Alguém, na verdade. Uma situação. Não sofro, só imagino. Gostaria de saber como seria. Mas aí, teria de ser ousada. Falam que vai acontecer quando tiver que acontecer, mas não é a gente que constrói nossas vidas, nossos destinos? Quem sabe amanhã eu não chego e falo tudo. Não tenho medo da resposta, só tenho medo do que vão pensar.

É um desabafo, nada importante. Ninguém vai ler ou se preocupar. Mas precisava. Acho que a minha terapia é aqui.

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